De 25 de abril a 5 de maio, a Câmara Municipal de Miranda do Corvo,
em colaboração com 23 restaurantes do Concelho, vai mais uma vez
realizar o evento “Miranda Capital da Chanfana”.
Neste período que inclui os feriados do Dia da Liberdade e do Dia
do Trabalhador, vários restaurantes do Concelho vão dar as mãos e em
colaboração com a Câmara Municipal vão promover a gastronomia
tradicional baseada na carne de cabra velha: chanfana, negalhos e sopa
de casamento.
Estes restaurantes sedeados no Concelho de Miranda do Corvo
estarão preparados para servir os muitos amantes da boa gastronomia que
se deslocarem a Miranda.
Miranda do Corvo assumiu este desafio de promoção da cozinha
tradicional com o objetivo de dinamizar o nosso património gastronómico e
contribuir para a dinamização turística do Concelho.
A Chanfana cozinha-se com vinho tinto tradicionalmente cultivado
na freguesia de Lamas, é assada em fornos de barro e em caçoilas
fabricadas pelos oleiros do Carapinhal.
A história da chanfana encontra-se ligada ao contexto social da população do Concelho e ao Mosteiro de Semide.
A relação por demais evidente entre a confeção da carne de cabra
velha – chanfana, sopa de casamento e negalhos, o barro e a olaria,
nomeadamente no fabrico das caçoilas e os típicos fornos, também eles de
barro, aquecidos a lenha utilizados tanto na confeção gastronómica como
na cozedura do barro, e a existência das vinhas de Lamas produtoras de
excelente vinho tinto, demonstram a histórica influência direta da
conjuntura económica e social dos tempos e os recursos naturais do
espaço físico de Miranda do Corvo.
A sopa de casamento é um prato com base em couve e pão enriquecido com o molho da chanfana.
Os negalhos são confecionados com as tripas e o estomago (bucho) de cabra assadas em vinho tinto.
Se a maioria associa a receita da chanfana às freiras do Convento
de Semide é certo que existe uma lenda que remete a origem deste prato
para a época das invasões francesas. Para evitar que os soldados lhes
roubassem os rebanhos, as freiras matavam e cozinhavam os animais.
Diz-se, ainda, que durante as invasões a população envenenou as águas
para aniquilar o exército francês e, como era necessário cozinhar a
carne, utilizavam o vinho.
O que é certo é que em Miranda, talvez devido às dificuldades de
outros tempos, se criou uma rica gastronomia em que se aproveita
integralmente a cabra velha, que depois de ter gerado os cabritos no seu
ciclo de vida, termina bem assada em bom vinho tinto, as tripas
confecionadas em apetitosos negalhos, e os restos da caçoila (carne e o
molho) a temperarem a saborosa sopa de casamento.
Os apaixonados da boa e tradicional gastronomia terão a certeza
de comer em Miranda alguns dos pratos mais típicos da cozinha portuguesa
e de serem servidos com grande simpatia, em ambientes simples, de gente
de bem.
Este projeto contribui também para a dinamização do comércio
tradicional e para a valorização dos recursos endógenos, fomentando a
economia local na perspetiva de que os restaurantes receberão mais
pessoas, dinamizando também a parte agrícola que terá que produzir mais
produtos.
De resto, sendo certa a qualidade da gastronomia, será difícil
que se coma em Miranda do Corvo e não se tenha o desejo de regressar e
repetir a experiência.
Não se esgotando os motivos da vinda ao Concelho na gastronomia, a
Câmara Municipal desafia os visitantes a conhecer o Parque Biológico da
Serra da Lousã, onde se encontra a maior coleção de fauna autóctone em
semicativeiro de Portugal, a visitar a aldeia de xisto do Gondramaz,
considerada uma das mais belas da Rede de Aldeias de Xisto, a percorrer
as ruas da zona histórica de Miranda do Corvo, visitar o Mosteiro de
Semide ou meditar nos santuários do Senhor da Serra e da Senhora da
Piedade de Tábuas.
Também no dia 28 de abril realiza-se um espetáculo com o grupo
musical Sons do Zêzere, da Pampilhosa da Serra, pelas 16 horas, na Praça
José Falcão.
Em maio, no dia 1, dia do trabalhador, realiza-se um espetáculo com o grupo Cordas Castiças, de Ceira.
No dia 4 de maio o Clube Náutico de Miranda do Corvo organiza, na Piscina Municipal, o torneio de cadetes, “Rota da Chanfana”, a partir das 16 horas.
A terminar a iniciativa, no dia 5 de maio, realiza-se a habitual Feira das Velharias, na Praça José Falcão, entre as 9h00 e as 18h00. Pelas 16h00, realiza-se uma atuação do Rancho Típico de Semide, também na Praça José Falcão.
Restaurantes aderentes:
A Parreirinha | Araújo | Churrasqueira Cheiro Guloso | Churrasqueira Paraíso do Frango | Colher de Pau | Fika Keto | Grelhador | Museu da Chanfana | O Careca | O Carpinteiro | O Espanhol | O Ferrador | O Pedroso | O Professor | Pátio do Xisto | Pentágono | Retiro do Mendes | Rufino | S. Miguel | Teia | Telheiro Rest | Varandas do Ceira | Zé Padeiro
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