«O ramal ferroviário Coimbra-Lousã vai encerrar em Outubro para a implantação do metropolitano ligeiro de superfície e a Metro Mondego já está a criar as infra-estruturas para o transporte rodoviário alternativo, revelou ontem fonte da empresa.
Durante os dois anos de execução da empreitada, os cidadãos que utilizavam o comboio para se deslocar entre os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã terão à disposição carreiras de autocarros.
Segundo a Metro Mondego, este mês iniciou-se a empreitada, com a duração de 45 dias, para a instalação das infra-estruturas das 20 paragens previstas ao longo do percurso, que procurarão dar resposta às necessidades dos utentes com «os menores constrangimentos possíveis».
A localização de cada uma das paragens de autocarro foi estudada em colaboração com os técnicos das autarquias envolvidas, de modo a que estas estejam mais próximas das populações e, ao mesmo tempo, servindo as estações e apeadeiros de caminho de ferro que vão ser encerrados, acrescentou.
Fonte da empresa disse à agência Lusa que o serviço de transportes rodoviários será assegurado em toda a extensão do Ramal da Lousã, servindo todas as localidades que usufruem hoje do serviço ferroviário. Numa primeira fase, entre Serpins (Lousã) e a estação de Coimbra A, e mais tarde também a de Coimbra-B, quando se iniciarem as obras no troço entre ambas.
O trajecto principal dos autocarros vai utilizar a antiga estrada Nacional (EN) 342 entre Lousã e Miranda do Corvo, e a Estrada Municipal entre Miranda do Corvo e Ceira, entrando em Coimbra pela Estrada Nacional EN 17.
A mesma fonte adiantou ainda que durante as “horas de ponta” poderão ser asseguradas carreiras directas entre Coimbra e as sedes dos outros dois municípios – Miranda do Corvo e Lousã.
O metropolitano ligeiro de superfície do Mondego compreende duas linhas, a do actual ramal ferroviário da Lousã, cujas obras se iniciam em Outubro, e a de ligação ao Hospital da Universidade de Coimbra (HUC) e ao novo Hospital Pediátrico, que deverão começar em 2011 e ficarão concluídas dois anos depois.» In Diário de Coimbra
Depois de 20 anos finalmente começam as obras na linha...
Quanto dinheiro foi pago às Administrações da Metro Mondego, até ao momento presente?
Quantos estudos foram efectuados até à data?
Seriam necessárias tantas expropriações ao longo da linha, desde Coimbra a Serpins?
Porque motivo foram feitas algumas expropriações polémicas, em que foram cortados terrenos, garagens, casas e prédios, em Miranda do Corvo e na Lousã?
Porque motivo o processo de expropriação das parcelas expropriadas correu no Tribunal Central Administrativo, em Lisboa?
Porque motivo não foi respeitado o traçado original da linha?
Porque motivo foram expropriadas pequenas parcelas a pequenos proprietários?
Porque motivo a linha nalguns pontos sofreu estranhos desvios?
Quem ganha e quem perde neste processo de Expropriações, num debate que deviaria de ser público?
Os pequenos proprietários tudo perdem a favor da Metro Mondego, enquanto os grandes ficam cada vez mais grandes...
Que transportes alternativos entre Serpins e Coimbra?
Qual será a capacidade de resposta das transportadoras?
Não ficará a Estrada da Beira e os acessos a Coimbra atulhados de automóveis?
Quantas horas serão necessárias para entrar dentro de Coimbra?
Um tema por certo escaldante, a merecer uma profunda reflexão.
Alguém dará resposta a estas e outras questões?
Será que alguém pega neste tema, em tempo de autárquicas?
Após anos a fio, será que é desta, que as obras arrancam na linha?
Será que as obras chegarão ao fim?
Será esta a melhor opção para o Ramal da Lousã?
Tenho as minhas sinceras dúvidas...
2 comentários:
Temos de estar atentos. Porque acho que mais alguém ai encher os bolsos com os transportes alternativos.
Suspender o funcionamento do Ramal da Lousã nunca poderia ser a opção adequada, pelo menos aos olhos de quem dele depende para a sua vida diária. Isso irá, como diz, prejudicar directamente os utilizadores da linha e, indirectamente, quem se vê obrigado a usar automóvel por força do trajecto, mal servido (ou simplesmente não servido) de transportes públicos. As vias rodoviárias, já nada fáceis de transpor, deverão voltar ao caos do Inverno-Primavera-Verão-... de 2001, o ano das cheias em que várias encostas derrocaram. Ainda se lembram do que é sair de Miranda às 7.15 para chegar a Coimbra às 9? Ou de levar 45 minutos para andar 2 quilómetros na Estrada da Beira?
E o prazo de execução de dois anos? Para derrapar, com certeza, como o orçamento, quem sabe?
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