sábado, janeiro 29, 2011

O Muro e nós...


No passado domingo, dia de eleições presidenciais, a imprensa deu à estampa outros boicotes que não o nosso. Curioso pesquisei sobre o Muro, uma antiga estação da rede ferroviária nacional, localizada próxima da Trofa, a quem lhe prometeram o Metro, tal e qual o fizeram a nós, desde 1996.
Só que o Metro do Porto já anda sobre carris, com um deficit anual de muitos milhões...
Só que esta história tem muitos ses e promessas, o Muro anteriormente servido pela Rede Ferroviária Nacional deixou de o ser, também por lá já não passa o prometido metro para desespero da população desta localidade da Trofa.
Enquanto isso, a CP e a Refer continuam a destruir a seu belo prazer a Rede Ferroviária Nacional, pensada, projectada e concluida boa parte dela no tempo da Monarquia (antes de 1910).
O que Salazar não ousou, concluiram-no os gestores tecnocratas, donos de cartão laranja e rosa (vamos chamar os bois pelos nomes), não fiquem escandalizados...
Só eles passaram pelo poder desde os tempos quentes da revolução e de então para cá, decorreram quase 37 anos!
É obra, esta malta imberbe conseguiu descontruir literalmente o país, fechando hospitais, escolas, postos de polícia, redes ferroviárias, tudo em nome da ganância e do lucro fácil, não olhando a meios nem a fins, cumprindo a agenda de Bruxelas.
Poderemos chamar a isto progresso ou retrocesso?
Eu assino este texto: Mário Nunes

Agora vou-vos deixar com as magnificas imagens da estação do Muro (texto e imagens da autoria do Luis Miguel), bloguer amigo autor do magnifico blogue Cantinho dos Comboios (http://luis363.blogspot.com), que vos convido a todos a visitar:

"Antiga estação do Muro que fazia parte da Linha da Trofa de via estreita.

À falta de utentes e de comboio avança a degradação, a ruína e os maus odores no edifício que há oito anos atrás deixou de ser a Estação do Muro.

Enquanto o Metro não passar na estação do Muro, as ervas daninhas vão continuar a apoderar-se daquilo a que em tempos chamaram estação e dos canais que um dia talvez venham a dar lugar à linha do metro da Trofa.

Conhecida por ser a mais antiga fábrica de relógios da Península Ibérica, "A Boa Reguladora" (assim designada) foi fundada em 1892, com a designação de São Paulo & Carvalho. A 1896 foi transferida para V. Nova de Familicão, onde recomeçou a laboração sob a razão social de Carvalho Irmão & Cª.

Placa indicativa da bilheteira. Todas as portas e janelas encontram-se totalmente

bloqueadas com tijolos para impedir que os meliantes entrem e a danifiquem mais do que já está.

Dois entusiastas pouco entusiasmados com o avançado estado de degradação da estação.

Há vários anos que o comboio deixou de parar na estação do Muro. O calendário marcava o dia 23 de Fevereiro de 2002, quando o último comboio passou pelos trilhos que permitiam a ligação Trofa/Senhora da Hora.


Na altura, os governantes prometeram à população do recém criado concelho da Trofa que o velho comboio da via estreita seria substituído pelas modernas e rápidas carruagens do metro que em pouco tempo deveriam começar a passar por ali, em via dupla.

A falta de uma alternativa de transporte não é o único problema, porque o movimento na freguesia e os lucros no comércio da zona da estação também diminuíram.

Perspectiva do antigo armazém que servia de apoio a antiga estação do Muro.

Perspectiva do caminho onde estavam os carris que foram retirados, no sentido Sul/Norte.


Sentido Norte/Sul”

Obrigado Luis por teres divulgado estas imagens e esta história que por certo merecerá a atenção de todos nós. Nós mirandenses e lousanenses estamos solidários com o Muro. A nossa luta é similar.

Nove anos depois estas imagens fazem-nos pensar e muito...

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Percursos da História local e regional

No dia 29 de Janeiro, próximo sábado, às 15H00, o Centro de Estudos de História Local e Regional Salvador Dias Arnaut, recebe um Seminário Permanente coordenado pela Professora Doutora Margarida Neto, docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, subordinada ao tema “Percursos da História Local e Regional”, inserida num Ciclo de Conferências programadas para este centro.

“PERCURSOS DA HISTÓRIA LOCAL E REGIONAL”

No panorama da historiografia actual destacam-se, pela inovação teórica e metodológica, as investigações feitas às escalas local e regional. O interesse dos historiadores por estas dimensões espaciais explica-se por factores de natureza científica, intrínsecos às concepções e às práticas historiográficas, e por motivos de ordem sociopolítica, associados à procura de novos modelos de organização das sociedades e dos poderes num contexto de globalização.

O progresso registado no campo da História local e regional, sobretudo após a década de 70 do século passado, alicerça-se, entretanto, numa herança construída pacientemente, ao longo do tempo, por estudiosos locais, ou simples curiosos das “Antiguidades” das terras, que fixaram, por escrito, um manancial multifacetado de memórias locais e regionais.

O objectivo deste seminário é apontar alguns percursos e sentidos da história local e regional portuguesa, a fim de estimular a reflexão sobre um campo de investigação histórica que se tem revelado tão fecundo tanto no sentido da compreensão do passado como da projecção do futuro.

EXPERIENCE NATURE - 29. Jan I Aromáticas


Dirigidas a famílias, as actividades experience NATURE incluem um passeio pedestre, destinado a conhecer uma produção local e/ou uma espécie silvestre, realizado pela manhã. O meio do dia é aproveitado para convívio, troca de informações experiências, acompanhados de refeição leve baseada em produtos locais. Segue-se uma pequena formação na área da gastronomia, para que os participantes concluam a actividade levando consigo um produto novo, baseado na utilização e valorização dos recursos locais.

Este sábado, dia 29 de Janeiro a temática são as "aromáticas", com início às 10H00 nas instalações do CISED - Centro de Interpretação do Sistema Espeleológico do Dueça, em Penela.

As inscrições serão aceites até à quinta-feira que antecede a actividade, através de:
Email: nature.experiences@gmail.com

Telem.: 917 539 575


Mala com 52 milhões de Euros voou...


"O presidente da CCDRC reconheceu que a verba saiu do Programa Operacional Regional e que agora “não está em lado nenhum”

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) disse, ontem, no Parlamento desconhecer o destino dos 52 milhões de euros para o Metro Mondego, que estavam no Programa Operacional Regional e que a anterior tutela decidiu passar para os programas nacionais.

As declarações surgiram em resposta aos deputados da Comissão Parlamentar de Desenvolvimento Regional, que questionaram Alfredo Marques sobre o destino dos 52 milhões.

Afirmando que sempre defendeu que o Sistema de Mobilidade do Mondego «deveria ser um projecto para um programa nacional», o responsável adiantou ter sugerido «passar o financiamento do projecto para o Plano Operacional de Valorização do Território (POVT)», proposta que terá conseguido o aval da anterior tutela.

No entanto, tal sugestão não se terá concretizado. «O financiamento saiu do Programa Operacional Regional e não foi tratada a colocação no POVT. Não está em lado nenhum», assumiu o presidente da CCDRC.

“O dinheiro aparece” se o Governo quiser

Uma discussão que o antigo presidente da Metro Mondego (MM), Álvaro Maia Seco, classifica como «surpreendente». «É um bocado surpreendente, nesta fase, estar a discutir-se onde está o dinheiro. Esta é uma questão de vontade política pura, se o Governo quiser que o Metro Mondego tenha 50 ou 100 milhões o dinheiro aparece», preconizou Álvaro Maia Seco, avançando que a questão dos 52 milhões de euros «não depende» do presidente da CCDRC.

«É uma questão política de dispensa de verbas do QREN (Quadro Estratégico de Referência Nacional)», afirmou, anunciando que «52 milhões representam 11 ou 12 por cento do investimento global, é uma taxa muito baixa naquilo que é o financiamento habitual do QREN, facilmente se chega aos 20 ou 30 por cento».

Recordando que foi informado da retirada daquela verba do Programa Operacional Regional há cerca de um ano e meio, Álvaro Maia Seco disse ter reunido, na altura, com Alfredo Marques. «Disse-me que ficasse descansado que a verba, se não entrasse por essa rubrica, entraria certamente por outra. Perante essa afirmação de confiança de que havia essa verba reservada e que estaria disponível quando fosse necessária, não me preocupei mais», afirmou o ex-presidente da MM, assegurando que «não estava definido» quem se poderia candidatar às verbas do QREN, se a Metro Mondego, enquanto entidade gestora do projecto ou a REFER, responsável pelas empreitadas.

«Essa situação não estava resolvida e, ao que sei, nunca chegou a ser e perdurou até eu ter saído», concluiu Álvaro Maia Seco.

Recorde-se que a Assembleia da República, na sequência do debate “forçado” pela petição promovida pelo Diário de Coimbra, aprovou na passada sexta-feira, por unanimidade, uma recomendação ao Governo para que dê continuidade às obras do Metro Mondego, que foram suspensas devido ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) III.

52 milhões são “amendoins” para o Governo

«Este é, claramente, mais um sinal da irresponsabilidade do Governo em redor do projecto Metro Mondego», disse ontem o porta-voz do Movimento Cívico de Miranda, Lousã e Coimbra que tem protestado, sucessivamente, contra a supressão das obras no Ramal da Lousã, em referência à discussão parlamentar do destino dado aos 52 milhões de euros.

Jaime Ramos defende que o Metro Mondego «pode ser financiado por fundos europeus, em mais de 50 por cento» e classifica a verba de 52 milhões de euros como «amendoins», relativamente ao montante total necessário ao projecto.

«Não diria que é uma quantia insignificante porque são 52 milhões, mas são amendoins. O Governo, no dia em que precisar, vai buscar bem mais, assim queira», considerou."

Fonte: Diário de Coimbra

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Fraca afluência...

E o Metro aqui tão perto, no Muro, Trofa, os motivos foram os mesmos... o Metro...

Segundo a Lusa -- Cavaco Silva ganhou as eleições presidenciais em duas das três freguesias que hoje repetiram o escrutínio eleitoral, enquanto que na localidade de Muro, Trofa, ninguém votou.

No domingo, por motivos diversos, as freguesias do Muro (Trofa), Serpins (Lousã) e Vila Nova de Monsarros (Anadia) boicotaram as eleições presidenciais pelo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) agendou para hoje o acto eleitoral.

Nos três locais, a votação decorreu sem incidentes mas no Muro, a população decidiu abster-se e ninguém votou. Em Serpins, votaram 117 dos 1609 eleitores, enquanto que em Vila Nova de Monsarros 178 dos 1601 eleitores deram a vitória a Cavaco Silva.

Sem Carris não votamos, de movimento a realidade

Foto: Diário de Coimbra

"Serpins foi no dia de domingo uma localidade à margem de um Portugal que viveu um domingo frio de eleições presidenciais. Naquela freguesia da Lousã, o frio também esteve presente, mas o acto eleitoral foi boicotado pela população, que fechou os portões da escola primária onde estava instalada a assembleia de voto, com vários cadeados decorados com autocolantes onde se lia “Sem carris não voto”.

Apesar das diligências dos cerca de 10 bombeiros da corporação de Serpins presentes, a assembleia de voto não reabriu no prazo estipulado na Lei Eleitoral, pelo que a freguesia deve ir a votos amanhã.

O presidente da Junta de Freguesia, João Pereira, disse ao jornal Diário de Coimbra que embora não defenda «este tipo de radicalismos», compreende a posição da população. «Não era a perspectiva que eu tinha, nem apelei a isso, mas as coisas tombaram para esse lado e eu não posso deixar de estar solidário com a população», confessou o autarca, que integra o conjunto de 15 presidentes de juntas de freguesia que declarou na última semana abster-se de votar nestas eleições presidenciais, em protesto pela paragem das obras do metro.

Com cadeados ou não, o bloqueio parece não ter incomodado muita gente. «Até às 12h00 não apareceu mais ninguém», contou João Pereira, anunciando que quase ninguém queria votar.

E a julgar pelas pessoas que por ali passaram ao longo da manhã, a população associou-se mesmo em força ao movimento “Sem carris não voto”, marcando presença com cartazes e faixas de protesto. «Não vamos votar porque estamos indignados e estamos aqui também para mostrar isso mesmo», anunciou Conceição Filipe, entre familiares com cartazes de protesto, declarando que a abstenção talvez não seja a melhor solução, mas «é uma forma de dizermos que não estamos satisfeitos».

Serpins foi o único incidente detectado ontem, em Miranda, Lousã e Coimbra, mas tal não significa que o acto eleitoral tenha decorrido normalmente nas restantes freguesias. Em Vilarinho, na Lousã, muitos optaram por levantar o respectivo boletim e entregá-lo logo de seguida, em branco, e em Vila Nova, em Miranda do Corvo, a maior parte da população até passou pela assembleia de voto, mas para conviver no Mercado Tradicional, que decorria ali ao lado, e poucos foram os que se deslocaram para votar. Foi o caso de Hernâni Carlos e Augusto Gomes que optaram pela abstenção, por ser «uma das formas de mostrar indignação» pela forma como tem sido conduzido o processo do metro. «Tenho abordado algumas pessoas e todos estão solidários com o protesto», assumiu Hernâni Carlos, considerando que «tudo isto é culpa dos governantes, não tinham dinheiro não tiravam a linha».

Na Lousã, de acordo com o presidente da Junta de Freguesia, a suspensão do mandato dos autarcas, em protesto contra a paragem do metro, terá afectado «mais de 200 eleitores». Isto porque os membros da Junta, que só retomam funções amanhã, costumam apoiar sempre «uma média de 200 a 250 pessoas», em actos eleitorais. Estas foram as primeiras eleições, desde 1975, em que os elementos da Junta de Freguesia não estiveram na assembleia de voto.

Abstenção atinge 87% em Miranda e mais de 76% na Lousã

Nas cinco freguesias do concelho de Miranda, de um total de 11.231 inscritos, apenas votaram 1.570, o que dá uma taxa de abstenção de 87,02%. Na freguesia de Miranda votaram 8,6% dos eleitores, em Lamas 10,71%, Rio de Vide (17,12%), Semide (31,64%) e Vila Nova (3,6%). Em 2006, a abstenção em Miranda do Corvo foi de 37,85%.

No concelho da Lousã (13.326 inscritos) a abstenção atingiu 76,23%, com 3.167 votantes, valores que muito têm a ver com o boicote de Serpins. Na freguesia da Lousã, houve 24,85% votantes, na de Casal Ermio 22,65%, em Foz de Arouce 31,12%, em Gândaras 21,98%, e em Vilarinho votaram 16,99%. Em 2006, a abstenção na Lousã foi de 34,59%.

Abstenção por causa do Metro não se fez sentir em Coimbra

Os presidentes das juntas de freguesia conimbricenses de Almalaguês, Castelo Viegas, Ceira e Torres do Mondego, tinham apelado à abstenção nas eleições presidenciais de ontem, como forma de protesto pela suspensão das obras do Mondego, mas os números não confirmam a adesão por parte dos eleitores.

Ao contrário dos que aconteceu em muitas mesas de voto dos concelhos vizinhos de Mirando do Corvo e Lousã, onde a abstenção foi altíssima, e declaradamente por causa da paragem do projecto do metro, nas quatro freguesias de Coimbra os números da afluência às urnas, apesar de baixos, não aparentavam reflectir qualquer tipo de protesto.

Na sede da Associação Recreativa e Musical de Ceira, onde funcionavam as mesas de voto, alguns delegados revelaram que a situação era perfeitamente normal, adiantando que, na freguesia, os sufrágios para a Presidência da República e Parlamento Europeu são tradicionalmente fracos em afluência de eleitores.

Recorde-se que em Ceira, na eleição presidencial de 2006, votaram 57,17% dos eleitores, sendo a mais abstencionista das quatro freguesias visitadas, uma vez que Castelo Viegas teve, nesse ano, uma afluência de 66,35%, Almalaguês teve 63,80 e Torres do Mondego registou 63,13% de eleitores votantes.

No sufrágio de ontem, a freguesia de Ceira foi a que registou maior abstenção, registando o voto de apenas 38,18% dos eleitores. A taxa de afluência foi de 45, 03% em Almalaguês e de 45,3% em Torres do Mondego, aproximando-se dos 50% (49,86%) em Castelo Veigas."

Fonte: Diário de Coimbra

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