Michael Moore mostrou em Cannes, o seu novo documentário, «Sicko».
«Sicko», entre sick e psycho é uma viagem pelos sistemas de saúde e levanta questões bem pertinentes acerca da saúde.
Saúde pública, privada ou na mão das seguradoras?
Para ver e reflectir, quando o governo de José Sócrates está empenhado em entregar a Saúde Nacional, na mão de privados e das seguradoras.
Por cá encerram-se SAPs, Centros de Saúde, Maternidades e Hospitais, é hora de dizer basta, as pessoas não são números…
A comparação entre o Sistema de Saúde americano e o cubano… Está patente neste documentário que tem chocado os americanos.
A par com as histórias dramáticas de gente de carne e osso que, apesar de viver num dos países mais ricos do mundo, vê o direito à saúde ser-lhe constantemente negado.
Um jovem casal negro que abandona um hospital com um bebé doente nos braços…
Um grupo de sem abrigo idosos que são postos na rua depois de receber tratamento médico…
Uma ex-funcionária de uma seguradora que admite ter negado autorizações para cirurgias necessárias…
O homem que cortou a cabeça de dois dedos numa serra eléctrica e que teve de escolher, por imposição da seguradora, qual delas é que queria ver reconstituída – só tinha direito a cobertura para um dedo.
Ou a rapariga que teve um acidente de carro e quando recuperou a consciência no hospital percebeu que a seguradora não lhe ia pagar nada, porque ela não lhes comunicara antecipadamente que precisava de ser socorrida.
Ou ainda o caso da mulher de 22 anos que teve um cancro mas não teve ajuda da seguradora para os tratamentos porque aos 22 anos não é normal ter-se cancro – quer dizer, é um luxo.
No sistema de saúde americano, explica Moore, não há intervenção do Estado e os doentes são um estorvo para as empresas privadas, as seguradoras. Que tratam não de doentes, mas do lucro máximo.
Como não bastasse Michael Moore enaltece o sistema de saúde cubano.
Ao longo das filmagens, o polémico realizador transportou vários doentes crónicos para a terra de Fidel, onde estes tiveram acesso a tratamentos, que lhes foram negados nos EUA.
E recorreu às estatísticas, que pintam um panorama negro: os cubanos gastam 45 vezes menos em saúde, mas a esperança média de vida nos dois países é idêntica, 77 anos. A mortalidade infantil é ainda menor em Cuba.
E por isso as autoridades americanas, no país de todas as liberdades querem fazer perguntas.
Como é que Moore chegou a Havana?
Violou o embargo?
Vai pagar multa ou vai preso?
Há cerca de um mês recebeu uma notificação do governo americano informando-o dos seus direitos: está sob investigação!
Após «Bowling for Columbine» e «Fahrenheit 9/11»…
http://www.michaelmoore.com/sicko/
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