“Os administradores
executivos e não executivos da Metro Mondego renunciaram ao cargo, disse hoje à
agência Lusa um dos elementos demissionários.
Nova onda de renúncias
na empresa de capitais exclusivamente públicos.
Criada em 1996, com o objectivo
de implantar um sistema de metro no centenário Ramal da Lousã (substituindo as
automotoras a diesel por veículos eléctricos mais ligeiros) e na área urbana de
Coimbra, a Metro Mondego é uma empresa de capitais exclusivamente públicos,
liderada pelo Estado e que tem como accionistas minoritários os municípios de
Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.
O administrador não
executivo António Simões, indicado pelo anterior Governo, apresentou hoje a sua
demissão em carta enviada ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio
Monteiro, e revelou à Lusa que todos os administradores em funções estão também
demissionários.
"O projecto está,
desde Junho de 2010, numa fase totalmente indefinida, razão pela qual sinto uma
enorme frustração, não pelo trabalho que os elementos do conselho de
administração desempenharam, sempre com posições unânimes sobre o Sistema de
Mobilidade do Mondego, mas por falta de decisões por parte do accionista
maioritário desta sociedade", lamentou no ofício endereçado ao secretário
de Estado.
O administrador
executivo João Rebelo confirmou à agência Lusa que oficializou a sua renúncia
ao cargo na sexta-feira, referindo que "deu seguimento a uma intenção já
manifestada à tutela em Fevereiro" deste ano.
Por seu lado, o
administrador não executivo Vassalo de Abreu garantiu que apresenta a sua
renúncia na terça-feira de manhã.
"Sociedade é para
manter"
A presidente da Câmara
Municipal de Miranda do Corvo, Fátima Ramos, disse hoje que está agendada para
27 de Julho uma assembleia-geral da sociedade Metro Mondego para eleger uma
nova administração.
"Não estou muito
preocupada, pois a administração continua em funções até ao final de Julho e está agendada uma
assembleia-geral para 27, em que um dos
pontos da ordem de trabalhos é a eleição dos órgãos sociais",
salientou a autarca (PSD) à Lusa.
Fátima Ramos sublinhou
ainda que, na última reunião da comissão de trabalho encarregue de
recalendarizar as obras do projecto do metro, o secretário de Estado dos
Transportes, Sérgio Monteiro, garantiu que a "sociedade era para manter e
potenciar a sua actividade, pelo que atempadamente vai ser encontrada uma
solução". gestora do projecto do
metro, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, garantiu que a
"sociedade era para manter e potenciar a sua actividade, pelo que
atempadamente vai ser encontrada uma solução".
"É preciso que o
Governo defina o modelo"
Por seu lado, o presidente
da autarquia da Lousã, Luís Antunes (PS), considerou que esta situação vem
confirmar a sua posição: e crie condições para a sociedade Metro Mondego poder
trabalhar".
"Considero que esta circunstância irá
fazer com que o Governo defina o modelo e as pessoas para criar uma entidade
com capacidade de actuação", disse o edil, salientando que é preciso
"optimizar ou reorganizar a estrutura para lhe dar operacionalidade".
Presidente da Câmara de
Coimbra não comenta
Contactado pela Lusa, o
presidente do município de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo (PSD),
escusou-se a comentar a decisão dos administradores da Metro Mondego em
funções.
A agência Lusa tentou também obter um
comentário do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, mas até ao
momento não foi possível.
Três demissões este ano
No início de Junho, o
administrador não executivo Carlos Ferreira, indicado pelo município de Miranda
do Corvo, já tinha apresentado a sua demissão, considerando que os concelhos de
Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã não foram devidamente respeitados pelo
Estado.
Carlos Ferreira, actual
presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Miranda do Corvo, frisou
que "a população desta região, que com sacrifício paga os seus impostos,
não consegue entender como é possível que políticos irresponsáveis lhe tenham
destruído o seu sistema de mobilidade, que para isso tenham gasto cerca de 150
milhões dos seus impostos, não o tenham reposto em funcionamento, e não sejam
julgados por isso".
A administração da
sociedade Metro Mondego estava confinada a estes quatro elementos, depois da
demissão do presidente Álvaro Maia Sêco, em 30 de Novembro de 2010, e das
saídas dos administradores Carlos da Cunha Picado (executivo) e Parola
Gonçalves (não executivo) a 31 de Março deste ano.
A nomeação de uma nova
administração está agora dependente da marcação de uma assembleia-geral, que
terá de realizar-se ainda este mês.
Em cerca de 16 anos de actividade,
a sociedade Metro Mondego foi responsável pela realização de duas empreitadas
no Ramal da Lousã, desactivado há mais de dois anos, no valor de 150 milhões de
euros, de um montante global de 447 milhões de euros, correspondente à
intervenção de toda aquela linha, que tem uma extensão de aproximadamente 37
quilómetros.”
Fonte: Expresso
E mais no: Público…
A telenovela e o
folhetim seguem dentro de momentos…
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