Conhecido em Miranda do Corvo, como o «comboio», na vila da Lousã como o «Titanic».
Embora seja um feio bloco habitacional, vulgo dormitório, como tantos outros, que se fizeram em Miranda do Corvo, na década de 90, até 2003, quando parou o «boom» da construção. Era uma altura, em que valia tudo e em que qualquer um era construtor. Prevalecia a lógica do betão, os prédios nasciam como cogumelos, uns em cima dos outros, sem jardins e quaisquer condições de humanização dos espaços, atraindo uma população jovem em busca duma casa barata, que não podia comprar em Coimbra.
Este, era um dos poucos edifícios, com um logradouro espaçoso descrito nas escrituras e nas Finanças, onde as crianças podiam dar largas à imaginação, jogar à bola e andar de bicicleta e os moradores podiam descontrair nas horas de lazer…
Janeiro de 2007, 65 agregados familiares constituídos no mínimo por 130 pessoas e seus filhos vêem os seus direitos coarctados…
Porquê?
Segundo projecto e parecer da Metro Mondego, a linha de caminho de ferro será ripada para sul, indo abaixo o muro, com mais de 10 anos, que separa o logradouro do Edifício da via férrea, danificando os jardins do Edifício, passando por cima de um depósito de gás de
Aguentarão os delgados pilares destas varandas, a aproximação do metro?
Sentindo ainda os moradores e os seus filhos a sua segurança posta em causa…
Sem muro, com uma ciclo via projectada, uma linha-férrea electrificada, em campo aberto, as crianças já não podem brincar livremente.
Perguntam as mães, como conseguirei aguentar o meu filho em casa, com cinco portas abertas paras as traseiras, não ficará ele ou ela, debaixo do comboio?
Nostálgicos, os moradores vêem partir definitivamente os
Muitos, pensam ainda, porque não investi eu o meu dinheiro em Condeixa-a-Nova? Há por lá óptimas urbanizações, com jardins e muito espaço. Aquilo sim é que é qualidade de vida…
Outros moradores continuam a não entender, porque motivo, não é a linha ripada para norte, ninguém lá dorme, lá se encontra um campo de futebol, um poço com mais de
Assim, por certo, que o estado poupava uns largos milhares de euros em expropriações e indemnizações. É caso para perguntar será que o Senhor Ministro das Finanças tem conhecimento desta situação?
Todos sem excepção vêem o investimento de uma vida desvalorizar-se, numa altura, em que muitos «pendulares» começam a partir de Miranda do Corvo…
E por fim, há quem se interrogue se as estruturas do Edifício vão aguentar a aproximação do comboio?
Portugal, século XXI, ano de 2007, um país onde tudo é possível…
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