«Dezenas de elementos do Movimento de Defesa do Ramal da Lousã manifestaram-se ontem de manhã na estação da Lousã, «revoltados» com o encerramento do troço Serpins-Miranda do Corvo, que hoje entra em obras de requalificação.
A empreitada entre Serpins e Miranda do Corvo, consignada no dia 25 de Novembro por cerca de 22,7 milhões de euros ao consórcio DST/Isolux/Corsán/Dorsalve, no âmbito da implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), compreende uma extensão de 16,4 quilómetros, cerca de 42 por cento da linha.
O SMM prevê a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo “tram-train” - com capacidade para circular nos eixos ferroviários, urbanos, suburbanos e regionais - no Ramal da Lousã, entre Coimbra e Serpins (Lousã), e na cidade de Coimbra.
«Continuamos a não querer o encerramento da linha porque há outras soluções e, portanto, não se admite que se feche impunemente uma linha centenária sem estudar outras alternativas e, além do mais, agora pugnamos pela segurança dos transportes alternativos», disse ontem Isabel Simões, do MDRL, aos jornalistas.
Com a chuva a não dar tréguas, algumas dezenas (poucas) de utentes manifestaram-se ordeiramente na estação da Lousã, empunhando cartazes, mas revoltados com o início do encerramento de uma linha inaugurada a 16 de Dezembro de 1906, já lá vão 103 anos.
«Sentimos hoje uma revolta muito grande, pois este é o último ultraje que podem fazer aos utentes do ramal», frisou Isabel Simões, que criticou o lançamento de um livro de fotografias do ramal promovido pela Câmara Municipal da Lousã e a sociedade Metro Mondego, que irá gerir o futuro Sistema de Mobilidade do Mondego.
«Fazer um espectáculo destes na véspera do anunciado encerramento, apresentando um livro patrocinado com dinheiro dos contribuintes, para nós é uma afronta na medida em que dá a ideia que fazem uma festa de um funeral e isso para nós é inaceitável», sublinhou.
Fernando Antunes, antigo chefe da estação de Miranda do Corvo, defendeu que a linha fosse dotada de material eléctrico com a manutenção da bitola (espaços entre os carris) existente. «Era a melhor solução e já poderia estar concluída sem tantos transtornos para os utentes como as obras previstas vão dar, porque electrificar não daria tantos transtornos e já estaria concluída nesta data», considerou.
Os utentes temem agora pela segurança nos transportes alternativos (autocarros) e antevêem “grandes perigos” na estrada que liga Miranda do Corvo a Ceira (Coimbra), devido ao traçado sinuoso e estreito da via que acompanha o traçado da linha de caminho-de-ferro.
Segundo Isabel Simões, o MDRL reivindica também a calendarização das obras devidamente planeadas, «que é uma coisa não acontece, pois existem 10 concursos abertos e o prazo previsto de dois anos é completamente impossível de cumprir».
A partir de 4 de Janeiro será encerrado todo o canal para avançarem as intervenções entre Miranda do Corvo e Coimbra, prevendo a Metro Mondego que a circulação no Ramal da Lousã, entre Serpins e Largo da Portagem (Coimbra), seja retomada no início de 2012.
Durante o tempo previsto para a execução das empreitadas, os cidadãos que utilizavam o comboio para se deslocar entre os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã terão à disposição carreiras de autocarros.
Presidente da Metro reconhece dificuldades de circulação
O presidente da Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, reconheceu ontem que não vai ser fácil a circulação dos transportes alternativos (autocarros), sobretudo no troço entre o nó de acesso a Vale de Açor e Ceira.
«O ponto de Sobral de Ceira é complicado, mas temos de saber gerir o problema da melhor maneira. Está prevista no PDM uma variante à localidade, mas isso é uma obra que não compete à Metro», disse o responsável aos jornalistas, adiantando que a solução estudada pela Câmara aponta para a semaforização daquele troço.
Segundo o presidente da Metro Mondego, «a Câmara de Coimbra vai colocar uns semáforos de regulação no troço de maior estrangulamento até sobral de Ceira», embora ele próprio tivesse «proposto que fosse feito um serviço de sentidos únicos que era possível criar, mas que a autarquia optou pela semaforização desse canal».
Álvaro Maia Seco considera que «não é a situação ideal, mas não era possível resolver de outra maneira no âmbito do projecto do metro, que não tem competência nem meios para fazer outro tipo de investimento».
«A autarquia de Coimbra, apesar de tudo, investiu na substituição da ponte da Longra que está praticamente concluída, a minha expectiva é que esteja pronta antes do fim do ano e também investiu na variante de Ceira», sublinhou, mostrando expectactiva que abra em Janeiro.
«A abertura dessa variante dá-me particular prazer porque fui eu que a propus há 7/8 anos quando colaborava com a Câmara», acrescentou.
Livro de fotografias imortaliza Linha da Lousã
Enquanto algumas dezenas de elementos afectos ao MDRL se manifestavam no cais de embarque, no interior da Estação de Serpins era apresentado o livro “A linha da Lousã”, da autoria de Dário Silva, com introdução de Fernando Carvalho, presidente da Câmara da Lousã.
A obra conta ainda com a participação do investigador e geógrafo da Universidade de Coimbra, Paulo Carvalho, que escreveu sobre o perfil e enquadramento geográfico da linha da Lousã.
Na nota introdutória, o presidente da Metro Mondego refere que «à semelhança do que aconteceu há 100 anos com a introdução da linha férrea nestes concelhos, acreditamos que a implantação do SMM no canal do actual ramal, garantirá uma melhoria significativa da sua mobilidade e qualidade de vida às populações dos concelhos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra por ele servidas». »
Fonte: Diário de Coimbra
A empreitada entre Serpins e Miranda do Corvo, consignada no dia 25 de Novembro por cerca de 22,7 milhões de euros ao consórcio DST/Isolux/Corsán/Dorsalve, no âmbito da implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), compreende uma extensão de 16,4 quilómetros, cerca de 42 por cento da linha.
O SMM prevê a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo “tram-train” - com capacidade para circular nos eixos ferroviários, urbanos, suburbanos e regionais - no Ramal da Lousã, entre Coimbra e Serpins (Lousã), e na cidade de Coimbra.
«Continuamos a não querer o encerramento da linha porque há outras soluções e, portanto, não se admite que se feche impunemente uma linha centenária sem estudar outras alternativas e, além do mais, agora pugnamos pela segurança dos transportes alternativos», disse ontem Isabel Simões, do MDRL, aos jornalistas.
Com a chuva a não dar tréguas, algumas dezenas (poucas) de utentes manifestaram-se ordeiramente na estação da Lousã, empunhando cartazes, mas revoltados com o início do encerramento de uma linha inaugurada a 16 de Dezembro de 1906, já lá vão 103 anos.
«Sentimos hoje uma revolta muito grande, pois este é o último ultraje que podem fazer aos utentes do ramal», frisou Isabel Simões, que criticou o lançamento de um livro de fotografias do ramal promovido pela Câmara Municipal da Lousã e a sociedade Metro Mondego, que irá gerir o futuro Sistema de Mobilidade do Mondego.
«Fazer um espectáculo destes na véspera do anunciado encerramento, apresentando um livro patrocinado com dinheiro dos contribuintes, para nós é uma afronta na medida em que dá a ideia que fazem uma festa de um funeral e isso para nós é inaceitável», sublinhou.
Fernando Antunes, antigo chefe da estação de Miranda do Corvo, defendeu que a linha fosse dotada de material eléctrico com a manutenção da bitola (espaços entre os carris) existente. «Era a melhor solução e já poderia estar concluída sem tantos transtornos para os utentes como as obras previstas vão dar, porque electrificar não daria tantos transtornos e já estaria concluída nesta data», considerou.
Os utentes temem agora pela segurança nos transportes alternativos (autocarros) e antevêem “grandes perigos” na estrada que liga Miranda do Corvo a Ceira (Coimbra), devido ao traçado sinuoso e estreito da via que acompanha o traçado da linha de caminho-de-ferro.
Segundo Isabel Simões, o MDRL reivindica também a calendarização das obras devidamente planeadas, «que é uma coisa não acontece, pois existem 10 concursos abertos e o prazo previsto de dois anos é completamente impossível de cumprir».
A partir de 4 de Janeiro será encerrado todo o canal para avançarem as intervenções entre Miranda do Corvo e Coimbra, prevendo a Metro Mondego que a circulação no Ramal da Lousã, entre Serpins e Largo da Portagem (Coimbra), seja retomada no início de 2012.
Durante o tempo previsto para a execução das empreitadas, os cidadãos que utilizavam o comboio para se deslocar entre os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã terão à disposição carreiras de autocarros.
Presidente da Metro reconhece dificuldades de circulação
O presidente da Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, reconheceu ontem que não vai ser fácil a circulação dos transportes alternativos (autocarros), sobretudo no troço entre o nó de acesso a Vale de Açor e Ceira.
«O ponto de Sobral de Ceira é complicado, mas temos de saber gerir o problema da melhor maneira. Está prevista no PDM uma variante à localidade, mas isso é uma obra que não compete à Metro», disse o responsável aos jornalistas, adiantando que a solução estudada pela Câmara aponta para a semaforização daquele troço.
Segundo o presidente da Metro Mondego, «a Câmara de Coimbra vai colocar uns semáforos de regulação no troço de maior estrangulamento até sobral de Ceira», embora ele próprio tivesse «proposto que fosse feito um serviço de sentidos únicos que era possível criar, mas que a autarquia optou pela semaforização desse canal».
Álvaro Maia Seco considera que «não é a situação ideal, mas não era possível resolver de outra maneira no âmbito do projecto do metro, que não tem competência nem meios para fazer outro tipo de investimento».
«A autarquia de Coimbra, apesar de tudo, investiu na substituição da ponte da Longra que está praticamente concluída, a minha expectiva é que esteja pronta antes do fim do ano e também investiu na variante de Ceira», sublinhou, mostrando expectactiva que abra em Janeiro.
«A abertura dessa variante dá-me particular prazer porque fui eu que a propus há 7/8 anos quando colaborava com a Câmara», acrescentou.
Livro de fotografias imortaliza Linha da Lousã
Enquanto algumas dezenas de elementos afectos ao MDRL se manifestavam no cais de embarque, no interior da Estação de Serpins era apresentado o livro “A linha da Lousã”, da autoria de Dário Silva, com introdução de Fernando Carvalho, presidente da Câmara da Lousã.
A obra conta ainda com a participação do investigador e geógrafo da Universidade de Coimbra, Paulo Carvalho, que escreveu sobre o perfil e enquadramento geográfico da linha da Lousã.
Na nota introdutória, o presidente da Metro Mondego refere que «à semelhança do que aconteceu há 100 anos com a introdução da linha férrea nestes concelhos, acreditamos que a implantação do SMM no canal do actual ramal, garantirá uma melhoria significativa da sua mobilidade e qualidade de vida às populações dos concelhos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra por ele servidas». »
Fonte: Diário de Coimbra
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