À atenção de todas as forças partidárias na estrada, em campanha, para as Autárquicas 2009 – Miranda do Corvo, esta notícia merece a reflexão de todos vós, candidatos e partidos.
Vá lá, pelo menos, desta vez preocupem-se com os eleitores, aqueles que trabalham, e que no dia 11 de Outubro de 2009, vos vão eleger.
Se, os diversos candidatos (Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia) ,se deslocassem de comboio de casa, para o trabalho (e vice-versa), por certo que algumas medidas já teriam sido tomadas, nomeadamente, seriam objecto de campanha dos partidos, mas como boa parte dos candidatos, não são de Miranda do Corvo, vem cumprir fretes e a agenda partidária, lavando as mãos como Pôncio Pilatos.
Deixo-vos no ar, um desafio, porque não fazem campanha eleitoral, no comboio, de manhã entre as 7 e as 9 horas, fazendo a viagem, Miranda do Corvo-Coimbra, com o «povão», mas sem qualquer montagem, preparação ou encenação…
O repto está lançado…
Deixo-vos ainda um alerta, atenção às consequências da supressão dos comboios, na linha do Ramal da Lousã, devido a obras.
Porque o caos poderá estar lançado…
Natural será depois comentarem este post dizendo as maiores barbaridades, mas já estou habituado.
«Utentes viajam “amontoados” em horas de ponta.
A supressão de uma carruagem automotora é responsável pelo caos.
Os utentes do Ramal da Lousã queixam-se da supressão de uma automotora nos comboios da manhã e da tarde, que provoca uma sobrecarga de passageiros e os obriga a «amontoarem-se» nos corredores.
A situação tem ocorrido diariamente desde o início da semana e motivado várias reclamações por escrito, disseram vários passageiros contactados pelo Diário de Coimbra.
Isabel Simões, do Movimento de Defesa do Ramal da Lousã (MDRL), lamenta que as pessoas sejam obrigadas a «viajar como sardinha enlatada», sem condições de segurança nem comodidade, e acusa a CP de descurar os direitos dos passageiros. «Haja o que houver a CP tem de ter respeito pelos utentes que pagam os seus passes e os respectivos bilhetes», exige a porta-voz do MDRL.
A situação voltou a ser caótica ontem ao fim da tarde (como demonstra a fotografia), com os passageiros que estavam no apeadeiro de São José a não terem lugar na viagem para Miranda do Corvo.
Também anteontem de manhã, na Estação de Miranda do Corvo, os utentes que aguardavam um dos comboios da manhã para seguir para Coimbra não tinham lugares sentados.
«Um dos revisores chegou mesmo a telefonar para Lisboa a dizer que não tinha condições de segurança», contou Isabel Simões, referindo que «não é justo aquilo que está a acontecer».
«Se nos querem mostrar que o metro é melhor estão a conseguir, pois o que se está a passar não é nada», desabafa ainda a porta-voz do MDRL.
A somar a esta situação, constantemente ocorrem atrasos devido a avarias das unidades a diesel que operam entre Serpins e Coimbra.
Recorde-se que o MDRL exige a “modernização e electrificação” daquela linha-férrea, com colocação de novo material circulante, em oposição ao projecto de um metro de superfície previsto pelo Governo. Contactada pelo Diário de Coimbra, fonte da CP remeteu para hoje uma explicação sobre o que está a suceder no Ramal da Lousã. »
In Diário de Coimbra, 02.10.2009
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4117&Itemid=135
10 comentários:
Quem está no poder pouco ou nenhum respeito tem pelo povo, afinal eles viajam em carros topo de gama pagos por todos nós.
Para não falarmos daqueles candidatos que este ano aterraram em Miranda do Corvo...
Pois é Mário Jorge... é uma vergonha o que se está a passar no ramal da lousã diáriamente com a supressão das carruagens, não desde o início da semana passada, mas há cerca de duas semana (neste momento) e como eu própria referi ao autor deste artigo do Diário de Coimbra.
Temos efectivamente enviado inúmeras reclamações mas até agora não tiveram qualquer eco... quanto ao comentário da CP... alguém leu alguma coisa? se leram agradeço a divulgação.. é que eu não li nada sobre as explicações que são devidas aos utentes que merecem o respeito desta empresa que tem mantido esta linha ao abandono e que agora estranhamente aparece à cabeça de todos os concursos lançados até agora pra o desmantelamento do ramal da lousã (há quem lhe chame renovação...).
Há também que chamar a atenção para o facto de ainda não ter sido dado conhecimento público do resultado de nenhum destes concursos...porque será? No entanto, na opinião do Movimento do qual faço parte, talvez esta seja uma razão para pensarmos que ainda estamos a tempo.. que vale a pena continuar a lutar para que um crime desta natureza não tenha lugar...
Quanto aos candidatos... deixa-me só dizer que todos foram desafiados a fazer a viagem de combóio com os utentes, a tomar conhecimento dos dramas que vão viver com o encerramento da linha... mas parece que chegou à altura dos eleitores abrirem os olhos e verem que elegem eleições após eleições... autarcas que não se preocupam minimamente com quem os elege nem com ols problemas que os afligem...
Isabel Simões - MDRL
Isabel este espaço está aberto ao MDRL, todos os textos e comunicados que venham a publicar, lembrem-se do Espaço Aberto.
Estou solidário convosco, com a vossa luta e prometo-vos dar todo o apoio possível.
Não sou nenhum velho do Restelo, mas tenho muitas dúvidas, sobre qual vai ser o desfecho desta História toda, ainda vamos acabar, sem comboio, sem metro e com a linha encerrada.
Que garantias temos que a obra seja executada até ao fim.
Ainda bem recentemente li no livro História dos Caminhos de Ferro Portugueses - 1856-2006, um capítulo bem curioso sobre a História do Ramal da Lousã.
Em 1932, a linha ficou por Serpins, quando era para seguir até Arganil.
Já naquela altura o dinheiro não chegou para as obras, alguém o «comeu».
Já ouço falar do Metro há 20 anos...
Para lá das estações, apeadeiros, aparcamentos, por sinal bem caros, o metro mão percorreu um milímetro.
Isto para não falarmos dos ordenados chorudos dos Administradores da Metro Mondego e de tanto estudo que aquela sociedade tem feito.
Para não falarmos das expropriações selvagens que foram efectuadas ao longo da linha, em especial em Miranda do Corvo e na Lousã.
Disto ninguém fala, de garagens cortadas ao meio, de logradouros de condomínios expropriados, de jardins privados comidos pela Metro.
Não vi ainda nenhum candidato preocupado com estas questões, nomeadamente, nalguns pontos da vila de Miranda do Corvo, que a linha é ripada para sul, passando o comboio ou metro encostado aos prédios.
Mas onde é que estamos nós?
Por isso estou triste, quando vejo o atestado de incompetência passado por algumas forças partidárias a todos os mirandenses.
E vejo pessoas de fora serem candidatas em listas da terra, perdendo-se em tricas e debates fúteis e sem significado, quando os verdadeiros problemas dos mirandenses permanecem por discutir.
Isabel e Henriqueta espero que vejam esta mensagem.
Está vista e registada, Mário.
Obrigada pela atenção a este tema.
O Movimento de Defesa do Ramal da Lousã reuniu ontem com a população de Miranda do Corvo e decidiu marcar mais uma medida de protesto, a realizar em Coimbra.
Em principio o protesto está marcado para o dia 19, esperando o MDRL uma forte adesão de todos os utentes da linha.
Já agora, Mário e Isabel, eu conheço bem a sensação de que fala este artigo uma vez que, enquanto a minha ocupação o permitiu, utilizei o comboio nas minhas deslocações diárias. O problema reside, para mim e muitos outros, nas deploráveis ligações dentro da cidade de Coimbra, que apenas contemplam percursos para a Baixa ou a Universidade. Somos nós que, não o querendo, congestionamos as entradas da cidade com automóveis de manhã e ao fim do dia, porque nos é, na prática, vedado o uso dos transportes públicos para o mesmo fim. Deve haver um documento meu sobre este assunto, velho de mais de um mês, na gaveta de um jornal regional importante (suponho que terá um carimbo a dizer qualquer coisa como "Não publicar. Não-assinante". Mas isto sou eu novamente a especular...
Se o comunicado fosse do BE tinha sido publicado...
Pois é meus lindos... infelizmente parece que aquilo que o movimento defende não interessa a alguma imprensa... vá-se lá´saber porquê.. A reunião de domingo foi comunicada a vários orgãos de comunicação social... ninguém apareceu... algum crédito ao Diário das Beiras que me contactou no final da reunião para se inteirar do que se tinha passado...
Isabel Simões - MDRL
O Beiras publicou a noticia, podem ver na versão on-line.
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