sexta-feira, setembro 22, 2006

A Preto e Branco


A Preto e Branco

Os tempos avizinham-se difíceis para todos os portugueses, sejam eles funcionários públicos ou da privada.
Os da privada perderam o ponto de referência que tinham, vêem a precariedade do trabalho aumentar de dia para dia. Toca a nivelar por baixo, esfregam as mãos de contentes, os empresários, o mercado está mal, não funciona...
O saldo comercial de muitas empresas é negativo e muitas delas encerram as portas, arrastando outras, efeito «bola de neve», abrindo falência, atirando para o desemprego, milhares de trabalhadores, enquanto alguns patrões, se fazem transportar em Ferraris, Mercedes e outros carros topos de gama, altas casas, férias no estrangeiro é o que está a dar...
Os tempos estão maus e a banca não concede tréguas a empregadores e a empregados, absorvendo empresas, terrenos e casas, para onde isto vai?
Entretanto, os Ministros da Economia e o das Finanças, bem como o Governador do Banco de Portugal, vislumbram coisas que ninguém vê, a economia a crescer. Estranho, vêem milagres económicos, onde os não há, contrariando o FMI e a UE.
Para além disso, o PS e o PSD - o Bloco Central descobriu que, os bodes expiatórios são os funcionários públicos e preparam-se para despedir a torto e a direito, entre 75.000 a 200.000 funcionários, afectando serviços essenciais, na Saúde, na Educação e na Segurança Social.
Começaram pelos Centros de Saúde, encerrando alguns, fechando SAPs noutros e preparam-se para encerrar 82 Urgências em Hospitais Públicos.
Estranhamente, o Ministro da Saúde descobriu que os portugueses adoecem por prazer e vai aplicar as taxas moderadoras nos internamentos e nas cirurgias e isto com o fim de moderar consumos!
O Ministério da Educação encerrou 1.500 escolas a nível nacional, afectando o interior do país, favorecendo a desertificação do mesmo, tudo em nome da poupança, do bem-estar social e do progresso? Obrigando as crianças do interior a perfazer dezenas de quilómetros, por dia, tudo isto, em zonas de difícil acesso e com poucos transportes. Meros amendoins...
Não contentes com isto, preparam o assalto à Segurança Social, as Seguradoras estão à bica e até já há empresários que pretendem reduzir as suas contribuições para a Previdência Pública.
E lá preparam eles, mais outro acordo às escondidas, para satisfazer clientelas políticas - as Seguradoras e os Bancos.
Porque não explicam as seguradoras, que nos EUA há pessoas que não tem direito à assistência médica, acesso aos Hospitais e a reformas?
Socialistas apelidam-se eles, há muito deixaram o socialismo na gaveta, cederam aos interesses do grande capital e entregaram-se na mão dos banqueiros, dos oligarcas das grandes companhias, tudo em nome dos cifrões, em detrimento do povo, da massa anónima, governando à direita, como nenhum governo o tinha feito até então.
Perseguindo e amedrontando sindicalistas, movendo processos disciplinares, promovendo aposentações compulsivas. Voltamos ao tempo da outra senhora com perseguições políticas. Só falta arranjar a PIDE, o Tarrafal e as prisões políticas
Cozinharam um pacto na justiça, vão encerrar Tribunais de Comarca, reagrupando-os em 18 circunscrições, dificultando a vida a quem vive no interior.
Em vez de se descentralizar serviços, toca a centralizar tudo...
Tudo em nome da poupança... Há já serviços públicos, que nem sequer tem dinheiro, para pagar a conta da água, da electricidade, do telefone. Grave, gravíssimo...
Ponderam as cabecinhas iluminadas, fundir e encerrar serviços das Forças de Segurança, tudo em nome da Segurança, de todos nós...
Mas, porque não contêm eles os números de ministros, de secretários de estado, de deputados, dos gestores das empresas públicas, bem como os Directores do Banco de Portugal e da CGD, acabando com as suas mordomias, com as suas reformas douradas...
Porque não restringem eles algumas obras dalgumas autarquias ou dos governos regionais, que são um autêntico sorvedouro de dinheiro público.
Se é assim, porque construíram eles - PS/PSD: o Centro Cultural de Belém, a Expo 98, os 10 Estádios do Europeu de futebol e se preparam para prosseguir com mais dois elefantes brancos, a saber, a OTA e o TGV.
Porque os utilizadores das SCUT não pagam portagem?
Agora quem paga são os funcionários públicos, os serviços públicos, qualquer dia está tudo na mão dos privados.
Em 32 anos de democracia, alguém pediu contas aos políticos que governam este país? Ou aqueles que as aprovam na Assembleia da República?
32 anos depois, os ideais de uma revolução traída, alguém deixou o socialismo na gaveta....

6 comentários:

Anónimo disse...

Até que enfim, que há alguém com os tomates no sítio para dizer umas quantas verdades, o que ninguém parece querer ver ou ouvir.
Não dá para acreditar em políticos. São todos iguais.
Abstenção é o que está a dar.
Que cambada.
Haja alguém com firmeza, para por fim a isto tudo.
Vejam bem se eles retiram privilégios a eles mesmos.
Parasitas, vermes.
Rui Lopes

Anónimo disse...

Apoiado.
Embora o autor ou autora do texto tenha passado ao de leve pelo sector privado, esta situação é mil vezes pior na privada, a precariedade do emprego está a piorar.
Com os aumentos dos transportes, dos bens essenciais, dos empréstimos bancários, dos medicamentos e estes sacanas a tirarem-nos tudo.
Como alimentar uma família?
Mentirosos.
Marta

Anónimo disse...

Vá vão votar neles nas próximas eleições.
Abstenção.
Duarte

Anónimo disse...

Eu por mim vou emigrar que tenho nojo de ser português, governado por uma tal súcia de filhos da p...
É o triunfo dos porcos.
É pior que isso, que pelos menos os porcos tinham um plano estruturado para espremer e continuar a espremer os outros animais durante muito tempo.
Estes a espremer assim vão matar as vacas em pouco tempo.

Anónimo disse...

Ao ler este post envergonho-me de ser português.
Nacionalidade espanhola já!
E os salários também, mais 60%.
Paulo Vieira

Mário Nunes disse...

Após a publicação dos comentários acima referidos e a divulgação do relatório sobre a revisão das carreiras da Administração Pública, vindas a lume na imprensa, é notório um mau estar social, em todos os sectores do funcionalismo público, mau estar que se irá reflectir na nossa sociedade.
O sector privado, salvo honrosas excepções está de rastos, paralisado, mesmo.
O que é que eles querem tapar com uma peneira?
As empresas vêem com preocupação aumentar a lista dos devedores, ameaçando alastrar-se o caos, tipo «efeito dominó».
Vivemos num reino do «faz de conta».
Era bom, que os nossos governantes descessem à terra, saíssem da capital, deixassem de cumprir directivas de Bruxelas e do BCE e pecorressem mais vezes as cidades, vilas e aldeias deste país, acompanhassem o dia-a-dia precário dos trabalhadores e do crédito mal parado, que pode mergulhar na penumbra um país.
A situação ameaça degradar-se asfixiando privados e empresas, tudo consumindo à semelhança do que se passou bem recentemente na Hungria.
Por certo que os sindicatos da Administração Pública e do Sector Privado darão a devida resposta na Rua!
GREVE GERAL

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