quarta-feira, novembro 11, 2009

A luta do Movimento de Defesa do Ramal da Lousã


«Informamos que, na reunião dos Moinhos foi decidido avançar com uma concentração junto à Estação de S. José, no próximo dia 16 de Novembro de 2009, segunda-feira, a partir das 17 horas, tendo em vista protestar contra o anunciado encerramento do Ramal, sem que se conheça o calendário global das várias empreitadas e que seja garantido que a interrupção do serviço seja a mínima indispensável.

A título de exemplo, foi lembrado que, ainda nem foi lançada a empreitada (a cargo da CP) para a construção do parque de manutenção e oficinas (PMO), onde deveria ser entregue o material circulante. Tanto quanto se sabe, também ainda não existe DIA (Declaração de Impacte Ambiental) para a instalação deste PMO no Sobral de Ceira em local (em cima duma ribeira!) que carece de alteração do PDM.


Foi também decidido reclamar uma informação detalhada sobre os ditos transportes alternativos, horários e tempos de percurso e exigir que sejam antes garantidas condições de segurança e de qualidade no serviço a prestar.


É claro que para garantir o êxito desta acção de protesto vamos ter de trabalhar nos próximos dias.


Saudações Ferroviárias»

MDRL


É claro que a luta do MDRL merece ser apoiada por todos nós, mirandenses, lousanenses e conimbricences, que utilizamos o comboio no passado e que continuamos a utilizar no presente e desejamos continuar a utilizar no futuro.

Contudo, muitos ses, se levantam ao virar da esquina, num processo muito pouco claro, desde o princípio, vivemos neste momento, uma crise económica sem precedentes a nível mundial e muitas questões se levantam no horizonte, será que haverá dinheiro para concluir a obra?

Avizinha-se um choque petrolífero sem precedentes até então, hoje, vamos arrancar carris, para amanhã, os colocarmos outra vez no sítio?


Porque será que a Áustria e a Suíça estão a restringir o transporte rodoviário de mercadorias?

Porque motivo estes países estarão a utilizar a via férrea para o efeito?

Em Miranda do Corvo, a CP destruiu o Cais de Mercadorias que tinha, em nome do progresso.


E que dizer das expropriações selvagens efectuadas ao longo da linha, logradouros de prédios cortados ao meio, garagens abaixo, linhas ripadas para sul ou para norte, consoante o gosto do freguês, muito dinheiro há para gastar neste país.

Porque motivo correram os processos de expropriação no Tribunal Central Administrativo, em Lisboa?

Porque motivo os processos de expropriação não correram na comarca da Lousã?

Isto, para não falarmos das alterações do traçado da linha desde S. José, passando por algumas urbanizações da Solum, para culminar em frente ao Dolce Vida, a contento de empresários e empreiteiros, que venderam os seus andares a preços imbatíveis. Um caso por certo a merecer a atenção das autoridades competentes.


Muitas dúvidas se levantam na mente dos utilizadores do comboio, com as obras, quantas horas serão precisas para entrar em Coimbra?

Estarão os patrões dispostos a pactuar com atrasos constantes?

Muitos despedimentos irão haver...

Ou correrão o risco, as vilas da Lousã e de Miranda do Corvo, de um êxodo em massa?

Está tudo a contar com o ovo no cú da galinha, com a venda dos apartamentos depois do metro estar concluído, mas por certo que muitos apartamentos ficarão por vender. Se as coisas estão como estão basta dar uma volta pela vila de Miranda do Corvo, como será daqui por quatro anos?

Porque motivo pretende a CP deixar a exploração comercial do Ramal da Lousã, se os comboios circulam à pinha?


Chegarão os transportes alternativos para as encomendas?

Duvido...

No entanto, não se compreende o abandono da actual bitola, vamos deixar de estar ligados à rede ferroviária nacional, cem anos depois destrói-se o legado da Monarquia ao país, o Caminho de Ferro, que no passado permitiu a Miranda do Corvo e à Lousã darem o salto em frente.


Espero, pois que não se repita a história de 1932, depois de vários adiamentos, vários orçamentos e muitos estudos, a linha do Ramal da Lousã não passou de Serpins, quando deveria ter chegado a Arganil.


Por estas e outras razões, este blogue está com o MDRL na sua luta, pois merece o apoio de todos nós, em todas as suas iniciativas.


Mário Nunes




1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Senhor:
Fiquei estupefacto com o que pende sobre o ramal da lousã, e que, lamentavelmente, só agora tomei conhecimento.
Sou neto e afilhado de ferroviários e estou inserido num círculo de amigos entusiastas do comboio.
E foi a navegar na net que encontrei o blog dando conta dessa situação, que nos entristece.
Já me actualizei sobre o passado próximo do Movimento de Defesa do ramal da Lousã.
Compete-me o esforço de estar presente na concentração de sexta feira.
Vivi alguns anos em coimbra, na rua do brasil, bem próximo do apeadeiro de são josé, à época um quase arrabalde.

Assim, tão só lhe peço que me sugira onde me possa actualizar sobre as iniciativas em curso, que
acompanharei com redobrado carinho e interesse, em defesa do nosso património afectivo e histórico.

Os meus melhores Cumprimentos
Gustavo Borges

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