«A garantia é total, assim se demonstre a viabilidade» do projecto, adiantou Carlos Correia da Fonseca, «optimista» quanto aos resultados. «Pelo que eu conheço de Coimbra, pela mobilidade de Coimbra, do papel estruturante que esta linha do hospital terá, a sua justificação será perfeitamente clara do ponto de vista da análise económica», sustentou, acrescentando que da parte do Governo há o compromisso de que nenhum financiamento estará garantido sem que os projectos se justifiquem «a si próprios».
«Cada vez que fazemos um metro ou um comboio ou o que quer que seja estamos a não fazer uma escola. Os recursos são escassos e as necessidades são múltiplas», explicou o secretário de Estado, reforçando o empenhamento da tutela no Sistema de Mobilidade do Mondego, um projecto que tem de ser encarado no seu «âmbito regional», o que quer dizer que «precisamos de uma entidade ordenadora dos sistemas de acessibilidade e mobilidade, que potencie complementaridades entre os vários sistemas de transportes, de forma a que tudo isto venha a ser um caso de sucesso e organização», disse.
Aliás, Carlos Correia da Fonseca não duvida do «sucesso» do metro, mas em articulação com as restantes redes de transportes. «Não podemos ter autocarros a concorrer com metros e comboios, porque desta concorrência todos saem a perder: os cidadãos, os operadores e a cidade», sustentou. E numa altura em que «existe um espectro tremendo do uso do automóvel nos meios urbanos», o governante lembrou que as «pessoas têm direito» ao seu carro, refutando «medidas repressivas» na resolução das questões de mobilidade sustentável.
A ferrovia é uma das alternativas, mas «não é uma solução fácil», frisou. «Não se faz um metro ligeiro para andarem 10, 15 pessoas lá dentro. Há uma perversão pensar que os comboios são mais amigos do ambiente do que o carro. O comboio polui mais, gasta mais energia. Uma locomotiva gasta 150/200 litros aos 100. Agora, se o comboio levar 500 pessoas e o automóvel levar quatro, assim sim, faz sentido», continuou, sem esquecer que este tipo de projectos podem ser aproveitados como motores de requalificação e revitalização urbana dos espaços, como é exemplo a intervenção na Baixa, idealizada por Gonçalo Byrne.
Isso mesmo lembrou também o presidente da Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, ao frisar que há custos e impactos de carácter temporário e outros definitivos, sendo a Linha do Hospital onde esses impactos «são mais significativos», mas também onde se pode tirar mais partido da requalificação e revitalização urbana, económica e social.
Ao apontar que, no que toca à primeira fase, o metro estará a circular em 2012, Maia Seco concluiu que o processo de demolições na Baixa será reiniciado, assim que todos os estudos indiquem a viabilidade do projecto.
Na apresentação, Gonçalo Byrne frisou que a ligação da Linha do Norte a Coimbra-B e depois ao hospital representa uma «mais-valia notável» para a cidade, revelando como serão as duas estações da Baixa - Aeminium e Câmara Municipal - e que o atravessamento da Rua da Sofia será feito por edifício em ponte, que nascerá após a demolição do Espaço Metro.»
Fonte: Diário de Coimbra
Imagem: Mário Nunes
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