sábado, outubro 30, 2010

Pare, Escute e Olhe exibido hoje na Lousã

"Pare, escute, olhe" exibido hoje Lousã, pelas 21h30, por iniciativa do jornal Trevim, que festeja o seu 43º aniversário.

Se puderem, não percam a oportunidade de ver o magnífico e premiado filme de Jorge Pelicano, sobre o processo de abandono e desmantelamento da Linha do Tua e também uma vigorosa denúncia do abandono das linhas ferroviárias do interior do país.

O realizador vai participar na sessão para uma conversa com o público no final da sessão.

SOBRE O FILME:

O interior de Portugal, concretamente e região de Trás-os-Montes, voltou a captar a sensibilidade do realizador Jorge Pelicano.

Tendo a linha do Tua como fio condutor, entre Bragança e Foz Tua, “Pare, Escute, Olhe” comporta duas realidades: troço desactivado o e o troço activo. No primeiro, o comboio já não circula, os autocarros que vieram substituir os comboios há muito que desapareceram, aldeias sem um único transporte público, isoladas.

No troço activo, o anúncio da construção de uma barragem no Foz Tua, encaixada num património natural e ambiental único, ameaça o que resta da centenária linha.

O documentário começa com recuo temporal para ajudar a perceber as causas do despovoamento e as medidas tomadas em torno da questão da via-férrea do Tua: as promessas políticas, o encerramento da Linha do Tua entre Bragança e Mirandela (1991), o ‘roubo’ das automotoras pela calada da noite (1992), o fim do serviço público dos transportes alternativos.

Quinze anos depois, em 2007, no troço desactivo as aldeias estão isoladas e despovoadas. Durante os dois anos de filmagens (2007 a 2009), no troço activo, sucessivos acidentes, o anúncio da barragem, a incúria dos responsáveis na manutenção da linha, marcaram os acontecimentos.

“Pare, Escute, Olhe”, é um documentário militante, assume o ângulo do povo para traçar um retrato profundo de Trás-os-Montes. Por isso a história não tem propriamente um personagem principal, mas vários: utilizadores assíduos do comboio que necessitam do transporte para ir ao médico ou simplesmente comprar um litro de leite, um activista defensor da linha, um escritor transmontano que nos conduz às entranhas do vale do Tua, um ex-ferroviário que vive numa estação activa, um autêntico sabedor das notícias da região.

A acção desenrola-se em Trás-os-Montes, Lisboa (centro de decisões do poder central) e Suíça, um bom exemplo de rentabilização e aproveitamento das vias-férreas para o turismo e serviço às populações.

O som ambiente, capturado por Filipe Tavares e Joaquim Pinto, transportam-nos para cada plano, como se estivéssemos fisicamente naquele lugar, naquele momento.

O documentário conta com uma banda sonora original da autoria dos músicos e compositores Manuel Faria (wwww.indigomusica.pt) e Frankie Chavez (www.myspace.com/frankiechavez). O resultado foi uma sonoridade única, coerente, que embala a narrativa e percorre várias emoções: drama, alegria, suspense.



Na ficha técnica do filme é divulgado um blog - savetua.blogspot.com – gerido por várias entidades empenhadas na defesa do património do Vale do Tua, ao qual o documentário se associa na missão de divulgar esta causa.

“Pare, Escute, Olhe”, tal como o próprio título indica, é um convite à reflexão:

PARE sobre a realidade de Trás-os-Montes;

ESCUTE as pessoas e as suas reivindicações;

OLHE para as consequências e alternativas futuras.

JORGE PELICANO (Realizador)

Tem 33 anos, é natural da Figueira da Foz. Licenciado em Comunicação e Relações Públicas, frequenta actualmente o mestrado de Comunicação e Jornalismo, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Profissionalmente, é repórter de imagem da SIC Televisão.

“Ainda há pastores?”, foi o seu primeiro filme documentário que, até ao momento, arrecadou 14 prémios nacionais e internacionais.

Seis prémios

“Pare, Escute, Olhe” estreou no DOCLISBOA 2009 – o principal festival de documentário em Portugal - onde venceu os três prémios da competição nacional, incluindo o de Melhor Documentário Português e Melhor Montagem.

No mesmo dia, o documentário arrebatou também os três principais prémios no CINE ECO - Festival de Cinema e Ambiente de Seia, entre os quais Prémio Ambiente e Prémio Lusofonia.

O que disse a comunicação social

Pare, Escute, Olhe (seis prémios no DocLisboa e no Festival de Seia) é um retrato, cheio de humor, cinema, pormenores, música e silêncios, de um Portugal “aprodundado” por políticas desastradas de

(des)ordenamento do território. A mostrar com que entrelinhas se cosem estes caminhos-de-ferro…

Ana Margarida de Carvalho, Revista Visão, 5 NOV 09

Pelicano sustenta que “aquele património não é só das pessoas que vivem lá, é de todos os portugueses e acho que se há alternativas para buscar outras energias, temos que ir por essas alternativas, porque o progresso não é só destruição”.

Diário As Beiras, 26 OUT 09

“Berta Cruz: "O comboio é para os pobres, deixem-no ficar!" João Nascimento: "A barragem que atirem

co'ela ao rio, que se f...". Há quem divirja, mas a maioria de entre os povos servidos pela Linha do Tua maldizem o seu fim entre Mirandela e Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães”.

Eduardo Pinto, Jornal de Notícias, 16 NOV 09

“Alguém se deu ao trabalho de ver até que ponto o filme tem ritmo, fala de histórias humanas e universais, até que ponto a montagem é boa, poderosa, ao serviço de uma causa verdadeira, universal?... Que felicidade quando uma história nos é bem contada!”.

Guy Knafo, 10 Francs (empresa de distribuição cinematográfica), citado no Público

FICHA TÉCNICA

DIRECÇÃO FOTOGRAFIA, EDIÇÃO E REALIZAÇÃO - JORGE PELICANO

ASSISTENTE REALIZAÇÃO - ROSA TEIXEIRA DA SILVA

MÚSICA ORIGINAL MANUEL FARIA, FRANKIE CHAVEZ, FRANCISCO FARIA

PRODUÇÃO COSTA DO CASTELO FILMES

CO-PRODUÇÃO SIC TELEVISÃO

DURAÇÃO 102 MINUTOS

WWW.PAREESCUTEOLHE.COM


SINOPSE

Dezembro de 91. Uma decisão política encerra metade da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. Quinze anos depois, o apito do comboio apenas ecoa na memória dos transmontanos. A sentença amputou o rumo de desenvolvimento e acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal, tornando-o no país mais centralista da Europa Ocidental.

Os velhos resistem nas aldeias quase desertificadas, sem crianças. A falta de emprego e vida na terra leva os jovens que restam a procurar oportunidades noutras fronteiras. Agora, o comboio que ainda serpenteia por entre fragas do idílico vale do Tua é ameaçado por uma barragem que inundará aquela que é considerada uma das três mais belas linhas

ferroviárias da Europa.

PARE, ESCUTE, OLHE é uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzida pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra. Esses partiram com o comboio, impunes. O povo ficou, isolado, no único distrito do país sem um único quilómetro de auto-estrada.

Em traços largos: Uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzida pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra.

Quando é que nós mirandenses veremos este filme (que tanto tem a ver connosco)?

A resposta cabe à ADFP, à CMMC e eventualmente à distribuidora do filme…


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