segunda-feira, outubro 18, 2010

Última hora, adeus metro, adeus comboio… Olá camionetas...


Pocaterra, pocaterra, as notícias avolumam-se umas sobre as outras:

“O Governo pretende acabar com a sociedade Metro Mondego (MM), responsável pelo sistema de metro ligeiro de superfície nos municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã. Esta medida, contemplada no documento do Orçamento de Estado, que é hoje apresentado na Assembleia da República, está a deixar apreensivos os deputados do PSD, eleitos por Coimbra.

No capítulo das políticas sectoriais para 2011, referentes ao ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, o Governo aponta para a extinção da autonomia da Metro Mondego, S. A., passando esta a ser integrada na REFER, empresa que já detinha uma pequena participação no capital da sociedade MM.

As alterações previstas pelo Governo, no Orçamento de Estado, estendem-se às empresas de transportes públicos de Lisboa e do Porto, com a articulação da gestão da Carris com o Metro de Lisboa e do Metro do Porto com os STCP.

“Esta alternativa deixa-nos extremamente apreensivos”, explicou Nuno Encarnação, deputado social-democrata, eleito pelo distrito de Coimbra.

O Executivo pretende adoptar igual procedimento em relação à RAVE, a empresa pública responsável pelo projecto da alta velocidade (TGV), e fundir a Transtejo e a Soflusa.

Nuno Encarnação recorda que, em Junho, a tutela ter-se-á escusado a responder às questões dos deputados do PSD sobre esta matéria.

“O que hoje fomos percebendo é que há uma proposta do Governo no sentido de acabar com a sociedade Metro Mondego e de esta ser integrada na REFER”, adiantou ao nosso Jornal o deputado social-democrata.

A Metro Mondego, S. A., sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, foi constituída por escritura pública a 20 de Maior de 1996, tendo por objecto a exploração, em regime de concessão atribuída pelo Estado, de um sistema de metro ligeiro de superfície nas áreas dos municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.”

In Campeão das Provincias, 15.10.2010

Era hoje notícia no Diário de Coimbra:

“REFER sem capital para garantir o metro

O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, considera uma «loucura total» se vier a concretizar-se a extinção da sociedade Metro Mondego (MM).


No OE para 2011, entregue na Assembleia da República, é referido que o Governo vai preparar «uma solução de extinção e integração da Metro Mondego, S.A. na REFER que salvaguarde a promoção do seu objecto social».
A sociedade MM é responsável pelo sistema de metro ligeiro de superfície nos municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, cujas obras arrancaram no início do ano no ramal da Lousã, entre Serpins e Alto de São João (Coimbra).


Criada oficialmente em 1996, a sociedade é constituída pelos accionistas Estado, com 53 por cento do capital, municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, cada um com 14 por cento, e REFER e CP, ambas com 2,5 por cento cada.


«Se vier a concretizar-se acho que é uma loucura total. O Governo já tinha, pelo menos, cinco anos para perceber se a sociedade devia manter-se ou não», disse Carlos Encarnação, antes da sessão de abertura da I Convenção Autárquica do PSD de Coimbra, no Pavilhão Centro Portugal. O autarca do PSD considera que devia ter existido uma conversa prévia com as autarquias accionistas (Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo) para discutir o assunto.


«Se o Governo quer transferir o objecto da MM para outra empresa pública devia ter feito isso há muito tempo, não se compreende que seja só nesta altura que aconteça», disse.


Por outro lado, «os reflexos que isso tem no projecto, no meu ponto de vista, podem ser catastróficos, não sei se serão ou não, e pode muito bem o projecto ir por água abaixo com este tipo de medidas», adiantou.
«Vejo a situação muito negra por uma razão muito simples: ou o Estado leva as importâncias necessárias à execução do projecto ao Orçamento de Estado e se compromete com elas ou a Refer não vai ter oportunidade para continuar a garantir o empréstimo que angariou, porque a sua capacidade de endividamento acabou», sustentou.


No Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central o projecto surge com uma dotação de oito milhões para 2011, e especifica que nos anos anteriores houve uma execução de 80 milhões e 700 mil euros.


Segundo Carlos encarnação, perdeu-se «uma grande oportunidade em 2005 com o concurso internacional que foi lançado, depois foi só voltar para trás».


O concurso lançado em Fevereiro daquele ano pelo Governo de Santana Lopes viria a ser anulado quatro meses depois pelo Executivo de José Sócrates, pelo não cumprimento de algumas regras estipuladas.


Álvaro Maia Seco, presidente da sociedade Metro Mondego, com quem não foi possível falar, marcou para hoje uma conferência de imprensa.
Anteontem, dia em que a petição promovida pelo Diário de Coimbra foi discutida na Comissão de Obras Públicas, todos os deputados presentes, de diferentes quadrantes políticos, defenderam o projecto do metro como crucial. “

E no Trevim de hoje:

Álvaro Maia Seco demite-se da Metro Mondego

“Esta manhã, em conferência de imprensa, o presidente da sociedade Metro Mondego, Álvaro Maia Seco apresentou a demissão do cargo, após a confirmação da extinção da sociedade e integração na Refer, de acordo com o previsto no Orçamento de Estado para 2011.


A sua demissão será apresentada amanhã ao presidente da Assembleia Geral da Metro Mondego, Carlos Encarnação.


Visivelmente emocionado o responsável pela sociedade constituída pelos accionistas Estado, municípios da Lousã, Miranda do Corvo, Coimbra, Refer e CP confessou a sua mágoa pela decisão da tutela e não poupou críticas aos governantes.


"De uma forma incompetente, irresponsável, cínica e demonstrando um total desrespeito pelos cidadãos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, e genericamente pelos cidadãos da ´Província`, o Governo feriu de morte o projecto do Metro Ligeiro do Mondego". "De facto, a extinção da Metro Mondego com transferência para a Refer das responsabilidades pelo objecto da concessão do Sistema de Mobilidade do Mondego só não é incompreensível se houver uma intenção clara de acabar com a implementação na Região de Coimbra de um sistema integrado de mobilidade suburbana e urbana baseado na ferrovia ligeira", acrescentou o professor da Universidade de Coimbra especialista em transportes.
Álvaro Maia e Seco considerou ainda "a lamentável falta de profissionalismo e de ética" do secretário de Estado dos Transportes (Carlos Fonseca), que não se dignou a informar previamente as câmaras, parceiras do projecto, nem o próprio presidente da Metro Mondego. "Mas para além disso, tendo sempre dito que me demitiria no momento em que deixasse de acreditar que o projecto é para concretizar, este é o momento para o fazer, já que eu, ao contrário de outros tenho vergonha na cara e não posso, não quero, participar num processo vergonhoso de mistificação e engano", adiantou.


Este é mais um duro golpe na credibilidade de todo o processo Metro Mondego que continua a aguardar por explicações da tutela quanto à continuidade de do projecto. Mais informações e reacções na próxima edição impressa do jornal.”

E agora de quem é a responsabilidade?

Não é de ninguém?

Nem metro, nem comboio, sim senhor…

Estamos f…

É altura de exigir responsabilidades a quem as tem…

Legaram-nos um trilho esventrado, sem carris, nem tulipas, nada de nada...

Estamos entregues à bicharada.

O metro passou a milímetro, o comboio a uma miragem e lá vamos todos de camioneta até Coimbra…

Espectáculo!

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