Durante a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental do futuro Parque Eólico de Vila Nova, um grupo de arqueólogos admite ter descoberto na Serra da Lousã, no espaço geográfico da freguesia de Vila Nova (Miranda do Corvo), uma sepultura pré-histórica designada por «mamoa» - montículo de pedras dispostas em forma de mama.
O arqueólogo João Caninas disse à Agência Lusa que os «trabalhos permitiram confirmar que existem no local restos de uma estrutura monticular, de geometria circular, constituído por um conjunto criterioso de blocos de pedras e terra, construído pelo homem» no período pré-histórico.
«Existe a fortíssima probabilidade de ser uma sepultura pré-histórica, já tardia, a avaliar pela dimensão não muito grande e a falta de materiais no interior», afirmou o investigador, que juntamente com mais três arqueólogos passaram uma semana no local em escavações, entre 30 de Junho e 6 de Julho.
Realçando que a «mamoa» se encontra já bastante danificada, devido à intervenção humana, João Caninas reiterou que, tendo em conta a estrutura e os dados que possuem, estão «convencidos de que se trata de uma sepultura pré-histórica».
O arqueólogo, que fez equipa com Mário Monteiro, Emanuel Carvalho e Alexandre Lima, referiu à Lusa que a descoberta surgiu na sequência da elaboração do Estudo de Impacte Ambiental do futuro Parque Eólico de Vila Nova II, a construir em terrenos baldios da freguesia, no seguimento do já existente.
«Durante o estudo percorremos a zona de obra e encontrámos um conjunto de pedras que pareciam corresponder a uma estrutura de geometria circular, em forma de broa, onde no interior se sepultavam corpos na pré-história», explicou.
João Caninas considera que a construção de parques eólicos no país tem contribuído para a descoberta de locais de interesse arqueológico, que de outra forma não seriam conhecidos.
«Os parques têm sido uma mais valia para a descoberta da arqueologia, levando os arqueólogos a olhar de maneira diferente para o cimo das serras. Muitos monumentos deste género tem sido encontrados graças a eles», sublinhou.
Segundo, a Lusa
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