«Miranda do Corvo viveu ontem o maior incêndio dos últimos anos. Autarca fala em mão criminosa.
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Os momentos de maior aflição viveram-se na localidade de Carapinhal, a cerca de um quilómetro da vila de Miranda do Corvo, com as chamas a passarem perto da povoação.
O alerta para o fogo foi dado por volta das 14h40 e o combate às chamas mobilizou 171 bombeiros de várias corporações da região centro, 20 elementos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e oito elementos da Equipa de Sapadores Florestais, num total de 199 operacionais no terreno, apoiados por 46 viaturas e seis meios aéreos de combate às chamas.
Dois depósitos do sistema público de abastecimento de água chegaram a estar rodeados de chamas mas, de acordo com fonte autárquica, não foram afectados.
As chamas eclodiram junto da estrada municipal que liga Moinhos a Miranda do Corvo, “cresceram” em direcção à povoação de Moinhos e chegaram até à zona da Pisca, próximo do Vidual, passando ao lado do Carapinhal, povoação que mereceu forte atenção dos meios aéreos, dada proximidade das chamas, que efectuaram diversas descargas nas proximidades do aglomerado habitacional.
A presidente da Câmara Municipal, Fátima Ramos, considera que o incêndio foi um acto premeditado, que foi potenciado pelas altas temperaturas e pela orografia acentuada do terreno.
«Não é muito normal que, na mesma zona, ocorram 21 incêndios no mesmo ano. Tanto tentaram que hoje conseguiram», lamentou a autarca social-democrata, salientando que o tempo quente e as zonas sinuosas contribuíram para a propagação do fogo.
O comandante dos Bombeiros, Fernando Jorge, disse também não ter dúvidas que este foi «um fogo premeditado».
Elementos da Polícia Judiciária e da GNR estiveram, de resto, ontem à tarde no local onde eclodiram as chamas e, segundo apurámos, pode estar por dias a detenção do suspeito da autoria dos incêndios.
Com o objectivo de permitir uma melhor movimentação dos bombeiros, nas operações de combate às chamas, os dois principais acessos a Miranda do Corvo foram cortados, a meio da tarde, funcionando, como alternativa, a via que atravessa a freguesia de Lamas. Todavia, por volta das 18h30, numa altura em que o fogo já estava “mais calmas”, as duas vias foram reabertas, permitindo o retomar da normal circulação.
As acções de rescaldo prolongaram-se pela noite dentro e vão continuar durante o dia de hoje, mantendo-se no local um grande dispositivo de meios, no sentido de evitar quaisquer possíveis reacendimentos que se possam verificar. »
Fonte: Diário de Coimbra, de 10.09.2009
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