«O Bloco de Esquerda (BE) alertou, hoje (dia 10), em Coimbra, para um cenário de alegada privatização do fornecimento de água ao domicílio.
A autarca Catarina Martins, candidata à presidência da Câmara conimbricense, afirmou aos jornalistas ter chegado “o momento de travar o processo”.
Presente numa conferência de Imprensa convocada pelo BE, Francisco Louçã disse que o PSD “insinua a venda” da empresa Águas de Portugal e considerou que o PS “já a admitiu”.
“Os portugueses mais pobres e os residentes no interior do país serão os primeiros a sofrer”, caso se concretize o negócio, advertiu o coordenador do Bloco.
A 30 de Julho [de 2009], o “Campeão” indicou que, ao abrigo de uma parceria com o Grupo Águas de Portugal (AdP), a empresa municipal Águas de Coimbra (AC) poderá vir a concessionar o fornecimento do precioso líquido.
A medida inserir-se-ia na génese de um novo figurino para o abastecimento de água ao domicílio.
O chamado sistema “em baixa” , assegurado em Coimbra pela AC, poderá vir a ser confiado a outra empresa , desconhecendo-se se sob a forma de concessão.
A parceria encarada pelo Grupo AdP contempla nove municípios do distrito conimbricense, quatro do leiriense e um concelho do distrito de Santarém: Ansião, Arganil, Batalha, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Leiria, Lousã, Miranda do Corvo, Ourém, Penacova, Penela, Porto de Mós e Vila Nova de Poiares.
Para Catarina Martins, membro da Assembleia Municipal de Coimbra, está a perspectivar-se a criação de “monopólios regionais em torno de um bem público essencial”.
“As infra-estruturas, equipamentos e recursos humanos são incorporados nos activos do Grupo AdP, significando isso que os investimentos realizados nos municípios (com dinheiro público) serão entregues, de mão beijada, ao sector privado”, vaticinou a autarca.
Segundo o BE, há câmaras municipais a justificarem a eventual adesão à parceria com o facto de só assim poderem apresentar candidaturas ao Fundo de Coesão; mas Catarina Martins alega tratar-se de uma “chantagem do Governo” a que várias autarquias terão cedido apesar de haver alternativas.
Por ocasião da criação da sociedade Águas do Mondego, maioritariamente detida pela AdP, ficou consignado que, num cenário de privatização da empresa-mãe, mais de 50 por cento do capital social da AdM deverá ser subscrito por municípios.», in Campeão das Províncias, edição on line de 10.09.2009
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