«O socialista histórico António Arnaut sublinha num livro sobre os 30 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que o PS «tem o dever histórico» de defender esta «conquista» social do regime democrático.
«O Serviço Nacional de Saúde é uma das grandes conquistas do 25 de Abril e constitui a maior reforma social do século XX português», declarou à agência Lusa António Arnaut, impulsionador do SNS enquanto ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional.
O PS, acentua António Arnaut, «tem o dever histórico, político e patriótico de liderar a defesa, consolidação e aperfeiçoamento do SNS, não permitindo a subversão do modelo» consagrado no artigo 64º da Constituição da República.
Advogado e escritor, afastado da política activa desde os anos 80, Arnaut apresenta no dia 9 deste mês, em Coimbra, o livro de sua autoria “Serviço Nacional de Saúde - SNS 30 Anos de Resistência”.
Caberá ao deputado Manuel Alegre apresentar a obra, às 18h30, na Quinta das Lágrimas, numa sessão presidida pela ministra da Saúde, Ana Jorge.
O fundador do SNS disse ontem que nos últimos 30 anos, desde a entrada em vigor da Lei 56/79, de 15 de Setembro, «foram muitos os ataques» a esta reforma.
António Arnaut responsabilizou, neste contexto, antigos ministros da Saúde de governos do PSD, como Arlindo Carvalho e Luís Filipe Pereira, num processo «em que houve depois uma ajudinha de Correia de Campos», em executivos do PS.
«A campanha da direita para desacreditar, debilitar ou destruir o SNS começou logo que anunciei a sua criação, na apresentação do Programa do II Governo, presidido por Mário Soares, em 7 de Fevereiro de 1978», afirma, na introdução do livro.
“A grande causa
da minha vida”
Essa campanha «endureceu após a aprovação da lei instituidora» do SNS, prosseguindo depois «por várias formas, clara ou disfarçadamente».
«Amainou nos últimos tempos porque a filosofia humanista do SNS, as sua virtualidades intrínsecas e os seus resultados concretos o impuseram (…) ao apreços dos portugueses», acrescenta António Arnaut.
«Não devemos, porém, iludir--nos», alerta. Na sua opinião, «os grupos económico-financeiros ligados aos negócio da saúde, que já dominam cerca de 25 por cento do ‘mercado’, apenas morigeraram os seus ataques».
No entanto, trata-se de uma mudança «por cálculo ou pudor, em face da falência clamorosa do capitalismo ultraliberal».
«O objectivo desses grupos e dos seus serventuários, alguns dos quais foram ministros, é a privatização, pelo menos parcial ou indirecta, do SNS», considera António Arnaut.
O livro colige textos de fundo e intervenções públicas protagonizadas pelo autor desde 1978, quando era deputado do PS e apresentou no Parlamento o projecto-lei de bases do SNS.
Arnaut lamenta que, nestas três décadas, o sector público da saúde tenha sido «vítima de muitas malfeitorias».«O SNS tornou-se, desde que com ele me comprometi, na grande causa da minha vida. Foi por ele que abandonei a política activa para poder, mais livremente, criticar o meu próprio partido quando se tornou claro que tinha esmorecido, em alguns dirigentes, a coerência ideológica», afirma.»
In Diário de Coimbra
«O Serviço Nacional de Saúde é uma das grandes conquistas do 25 de Abril e constitui a maior reforma social do século XX português», declarou à agência Lusa António Arnaut, impulsionador do SNS enquanto ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional.
O PS, acentua António Arnaut, «tem o dever histórico, político e patriótico de liderar a defesa, consolidação e aperfeiçoamento do SNS, não permitindo a subversão do modelo» consagrado no artigo 64º da Constituição da República.
Advogado e escritor, afastado da política activa desde os anos 80, Arnaut apresenta no dia 9 deste mês, em Coimbra, o livro de sua autoria “Serviço Nacional de Saúde - SNS 30 Anos de Resistência”.
Caberá ao deputado Manuel Alegre apresentar a obra, às 18h30, na Quinta das Lágrimas, numa sessão presidida pela ministra da Saúde, Ana Jorge.
O fundador do SNS disse ontem que nos últimos 30 anos, desde a entrada em vigor da Lei 56/79, de 15 de Setembro, «foram muitos os ataques» a esta reforma.
António Arnaut responsabilizou, neste contexto, antigos ministros da Saúde de governos do PSD, como Arlindo Carvalho e Luís Filipe Pereira, num processo «em que houve depois uma ajudinha de Correia de Campos», em executivos do PS.
«A campanha da direita para desacreditar, debilitar ou destruir o SNS começou logo que anunciei a sua criação, na apresentação do Programa do II Governo, presidido por Mário Soares, em 7 de Fevereiro de 1978», afirma, na introdução do livro.
“A grande causa
da minha vida”
Essa campanha «endureceu após a aprovação da lei instituidora» do SNS, prosseguindo depois «por várias formas, clara ou disfarçadamente».
«Amainou nos últimos tempos porque a filosofia humanista do SNS, as sua virtualidades intrínsecas e os seus resultados concretos o impuseram (…) ao apreços dos portugueses», acrescenta António Arnaut.
«Não devemos, porém, iludir--nos», alerta. Na sua opinião, «os grupos económico-financeiros ligados aos negócio da saúde, que já dominam cerca de 25 por cento do ‘mercado’, apenas morigeraram os seus ataques».
No entanto, trata-se de uma mudança «por cálculo ou pudor, em face da falência clamorosa do capitalismo ultraliberal».
«O objectivo desses grupos e dos seus serventuários, alguns dos quais foram ministros, é a privatização, pelo menos parcial ou indirecta, do SNS», considera António Arnaut.
O livro colige textos de fundo e intervenções públicas protagonizadas pelo autor desde 1978, quando era deputado do PS e apresentou no Parlamento o projecto-lei de bases do SNS.
Arnaut lamenta que, nestas três décadas, o sector público da saúde tenha sido «vítima de muitas malfeitorias».«O SNS tornou-se, desde que com ele me comprometi, na grande causa da minha vida. Foi por ele que abandonei a política activa para poder, mais livremente, criticar o meu próprio partido quando se tornou claro que tinha esmorecido, em alguns dirigentes, a coerência ideológica», afirma.»
In Diário de Coimbra
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